Um desejo

 


Essa foto é de 2002, mas segue sendo uma das minhas grandes favoritas... Eu segurando no colo minha então recém-nascida sobrinha (e depois afilhada) Cecília. Não lembro quem tirou essa foto - só sei que, até hoje, essa imagem me passa um nível inexplicável de paz e ternura, e, sempre que me sinto mal por qualquer motivo, recorro a essa foto e vejo o quão simples e suave a vida pode ser...
Essa foto é, para mim, um lembrete de um dos meus maiores desejos: ser pai. Mas ser um legítimo pai, participativo, prestativo, atento, que preza pela vida de seu(s) filho(s), assim como meu pai foi para mim, para meu irmão e para minhas cinco irmãs. Claro, isso não depende tão somente de mim, mas de um monte de outros fatores, pessoais, afetivos, financeiros, estruturais etc.. Porém, mesmo assim, ainda há em mim aquele estranho e maravilhoso sentimento interior de amor paterno, mesmo sem ter filhos - sentimento esse que sempre esteve presente, mas que andou escondido por muitos anos a fio, por conta da correria profissional, dentre outros motivos. Mas que agora, beirando minhas quatro décadas, veio à tona mais do que nunca.
Lembro que, se eu estivesse em qualquer lugar público, e se nesse lugar tivesse ao menos uma mãe com seu bebê, e se o bebê estivesse chorando (essa é sua forma de falar, afinal), e se o mesmo bebê me visse, o choro parava na hora e ele abria um sorrisão 😁 As mães me perguntavam como eu conseguia fazer o bebê parar de chorar; nem eu sabia explicar. Só sabia que, por algum motivo, bebês que estivessem chorando, ao me verem, paravam de chorar e ficavam felizes. Seria isso um sinal de que tenho escondida uma vocação à paternidade? O tempo que sabe...

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