Os perigos da solidão


Às vezes tudo o que se quer é ter as paredes como companhia. O burburinho da rua incomoda, o rádio e a TV ligados idem. O silêncio se torna um amigo muito confidente e tudo o que vier de fora é supérfluo e desnecessário.
Sim, em alguns casos, a solidão pode ser muito benéfica, em especial quando se quer buscar a paz interior e a própria essência. E também quando bate a tristeza - afinal, ninguém é obrigado a ser feliz 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365/366 dias por ano, ao contrário do que a sociedade diz. Mas a solidão levada ao extremo vira um sinal de alerta - pode ser indício de que a pessoa sofre de depressão aguda. Não aguenta mais viver, nada mais lhe parece fazer sentido, e o caminho para o suicídio se torna natural.
Não, não precisa esperar a campanha Setembro Amarelo para falar sobre isso. Esse assunto é de extrema importância e deve ser discutido o ano inteiro, sempre, pois já é considerado um dos maiores problemas de saúde pública do mundo, bem acima de câncer e AIDS. Depressão e suicídio não são motivo para piadinhas de mau gosto e frases do tipo "isso é falta de porrada" e outras. São vidas correndo sério risco de acabar - e uma das maiores causas disso tudo é a completa falta de empatia do mundo moderno, o qual se tornou uma corrida cada vez mais acirrada por metas e resultados. Aqueles que não conseguem acompanhá-la ficam pelo caminho, se desesperam, e o resto da história todos já sabem.
Portanto, menos dedos apontados e mais empatia, pessoal. A sobrevivência humana nesse planeta depende de sermos mais fraternais uns com os outros, e isso não é "depois eu vejo", é AGORA. JÁ.

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