Seletividade na proximidade dos quarenta



À medida em que os quarenta anos vão chegando, me vejo cada vez mais seletivo. Não saio com qualquer pessoa, não entro em qualquer balada, não como/bebo qualquer coisa, não ouço qualquer porcaria do rádio, não aceito "ficar", não compro qualquer mercadoria só porque tenho dinheiro. Escolho a dedo minhas amizades, só frequento festas específicas (e só se for muito o caso), cuido cada vez mais da alimentação, minha playlist é seleta, busco um relacionamento de verdade e tento economizar o quanto posso (lembre-se: economizar é diferente de ser pão-duro - não confunda as coisas).
Percebo que já estou me encaminhando para a segunda metade da minha vida (espero que ainda seja o final da primeira, na real - minha meta é viver mais de cem anos), e vejo que não tenho mais tempo nem disposição para brincar com o errado e me meter em (des-)aventuras (na verdade, nunca tive). Falando em tempo, vejo que o mesmo passa cada vez mais rápido e que preciso me colocar nos eixos antes que seja tarde demais. Mas também vejo que uma nova era do meu eu se aproxima - aquela onde, dizia o velho ditado, a vida realmente começa. Aquela onde não precisarei me preocupar com nada, a não ser viver bem, de forma simples e direta, sem rodeios, tudo aquilo que me restará. Aquela onde rugas e fios de cabelo branco deixarão de ser motivo de preocupação para serem um charme a mais. Aquela na qual poderei contar muitas histórias aos meus sobrinhos-netos, que já estarão bem crescidinhos e conversando. Dentre outras coisas, claro.
Pois bem, faltam três anos e uns meses para esse momento chegar. Estou, ao mesmo tempo, tentando aproveitar ao máximo o que ainda me sobra da casa dos trinta e cheio de expectativa pelos quarenta. O dia 24 de agosto de 2023 terá um significado mais do que especial para mim.

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