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Cá estou, deitado na minha cama aos 35 anos, prestes a acordar amanhã aos 36. Na atual conjuntura dos acontecimentos, é difícil querer comemorar qualquer coisa, sabendo que o dia de amanhã pode nem chegar, e vocês sabem por quê, está a todo momento no noticiário. Mas enfim, embora tudo indique que o mal esteja vencendo o bem através do fogo, sempre há aquela pequena gotinha de esperança que teima em não evaporar, e acho que cabe a mim fazê-la crescer, tornando-a uma poça, depois uma lagoa, depois um rio, depois um oceano. A água sempre será mais forte que o fogo, assim como o bem sempre será mais forte que o mal, e o amor sempre será mais forte que o ódio.
Tudo o que quero, a partir do momento em que eu trocar de idade, é estar em paz comigo mesmo, minha família, meus amigos, meus colegas de trabalho e, se vier a surgir em algum momento, minha namorada. Não quero saber de festa, comilança, bebidas, presentes e afins - acho tudo isso mera efemeridade.
Cada dia 24 de agosto é um período de reflexão e transição para mim. Olho para trás e vejo tudo o que fiz durante os últimos 365 dias com a idade anterior, para ver o que houve de positivo e o que julgo necessário melhorar. E quero que os próximos 365 dias (dessa vez, 366, pois o ano seguinte é bissexto) tenham um significado muito superior - como terão, se todas as previsões se confirmarem.
Fora que estou cada vez mais próximo dos 40 anos, então... Sei que não é legal ficar pensando nisso, pois, dizem, assim se envelhece mais rápido, mas não há como não alimentar esse fiozinho de expectativa com a entrada na meia-idade. Imagino como será minha vida a partir de 2023, com quatro décadas e contando. Enfim...

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