Nunca, em nenhum ano até hoje, fiz qualquer retrospectiva, talvez por nunca ter dado importância a isso, por estar com a mente sempre voltada ao futuro (o que descobri ser um grande erro, pois eu vivia focado no futuro, esquecendo do presente, que é o mais importante - pois a vida é agora, não amanhã). Mas como 2018 foi um ano muito diferente para mim, acho que, nesse caso, uma retrospectiva é válida. Aconteceu tanta coisa que será difícil não descrever ao menos algumas partes do que foram esses últimos 365 dias.
Em primeiro lugar, preciso falar do óbvio: esse foi o ano no qual finalmente, após tantas e tantas tentativas fracassadas em épocas anteriores, consegui entrar em forma e ficar feliz com meu corpo. Tudo começou no dia 6 de janeiro, quando entrei num programa alimentar bastante rigoroso. Até o dia 5 era tudo liberado - tanto que nesse dia comi um hambúrguer pela última vez na vida. Do dia 6 em diante foi disciplina total com a alimentação, mais suplementos e florais. O resultado de tudo isso, somado aos treinos bem mais puxados na academia, foi como se eu tivesse tirado uma segunda pessoa de dentro de mim. Meu peso diminuiu de 105,9kg (que já foram mais de 112kg no final de 2016...) para os atuais 72,3kg, e atualmente me sinto mais ágil e disposto do que nunca. Tudo graças ao Dr. Neito Antonio Bonotto, um dos maiores nutricionistas do Brasil (se não o maior), que me indicou exatamente aquilo que meu organismo precisava em termos de alimentação.
Esse tratamento me deixou muito mais confiante, em todos os aspectos, tanto pessoais quanto profissionais. Falando pelo lado pessoal: antes desse tratamento, eu recusava todo e qualquer contato com outras pessoas que não fossem parentes, amigos próximos ou colegas de banda. Procurar namorada? Nem pensar. Por que alguma mulher iria querer conversar com um sujeito obeso e retraído como eu era na época? Então eu vivia fechado no meu próprio casulo, mesmo estando no meio de outras pessoas. Isso pode ter afastado alguns amigos e até algumas prováveis pretendentes, enfim, posso ter perdido um sem fim de possibilidades. Mas em 2018, graças a esse tratamento, por me sentir muito melhor com esse novo físico, tudo vem mudando, devagar, mas vem mudando. Hoje já me sinto mais disposto a falar com outras pessoas fora do meu círculo usual, conto minhas experiências, procuro contatos (ainda que virtualmente), faço o que acho melhor. E hoje, diferente dos anos anteriores, me sinto mais à vontade quando o assunto é relacionamentos. Embora seja bastante difícil para mim chegar perto de uma mulher e iniciar uma conversa, o que é compreensível para homens introvertidos como eu - prefiro que ela tome a iniciativa. A propósito, estou solteiro.
Ainda sobre o lado pessoal: esse ano conheci muita gente nova nas redes sociais. Claro que isso não necessariamente significa conhecer as pessoas in loco, mas não quer dizer que minha intenção seja ficar somente no virtual. Devo dizer que há muitos contatos que eu gostaria de conhecer pessoalmente, em especial tecladistas. Porque a gente troca muitas ideias em chats e nos comentários de fotos, logo, por que não tratar de trocar ideias ao vivo? E também quero dizer que esse ano “quase” consegui iniciar um processo de mudança no meu status de relacionamento no Facebook. Sempre admirei a beleza de várias mulheres por aí, como qualquer homem faz, mas esse ano teve uma em especial que mexeu comigo de tal forma que me deixou nervoso... Ela é tão, tão linda... E tão, tão autêntica... Mas e aí, cadê coragem para falar com ela? Não, não direi quem é. Só sei que já tem seus 30 ou 31 anos e que a vi em pessoa uma única vez, mas acompanho suas postagens no Instagram e sempre comento suas fotos quando possível. Ela é como água no deserto: raríssima. Muitas vezes quero falar a verdade para ela, mas fico tão travado que acabo me limitando ao habitual “linda” nos comentários... Uma legítima sereia... Fico pensando se ela está lendo isso, será?!
Agora indo pelo lado profissional: antigamente eu tinha muito receio de exercer várias atividades ao mesmo tempo (todas relacionadas à música, por ser músico, naturalmente). Um motivo era justamente o fato de eu ser obeso na época, pois sempre havia o risco de infarto. Mas também havia outro motivo: o medo de arriscar. Montar uma banda própria? Não! (embora eu tenha tentado) Comprar um novo instrumento sem consultar os outros? Erro fatal! Improvisar nos ensaios e shows? Jamais! Tentar alguma coisa diferente dentro da área musical? Nunca! Tudo isso ao mesmo tempo e mais um pouco? Impensável! E mais: eu exigia demais de mim mesmo, a ponto de ficar travado. Mas em 2018 tudo mudou: hoje estou tranquilamente em duas bandas, ainda fundando uma própria, sendo convidado para trabalhos com outras (por exemplo: farei um free lance com a Instinto Roots agora em janeiro), desenvolvendo um projeto especializado de ensino musical (ainda não posso dar muitos detalhes sobre isso, mas a coisa está andando a passos largos...), e, principalmente, parando com essa auto-exigência absurda, já que ninguém é perfeito. Se antes eu me irritava por tocar uma nota errada, hoje contorno a situação fazendo um improviso - apenas para dar uma ideia de como aprendi a lidar com os erros. E por que não dizer, acho que melhorei muito minha performance na execução musical graças ao tratamento, pois menos peso e mais agilidade significam mais movimento, e isso também conta.
Continuando a falar sobre o lado profissional: esse ano foi bem cheio de atividades. Tive muitos shows com a banda Lucky Scar, entrei na banda Friday Lovers (tributo ao The Cure) e comecei a fundar minha própria banda para eventos sociais (trabalho ainda em desenvolvimento, sem data para início oficial). Esse foi o ano no qual, enfim, me dei por conta de qual meu papel nesse mundo: tocar. Estar no palco. Fazer som. Colocar os dedos nas pretas e brancas. Sempre fiz isso na vida, mas até então, volta e meia me vinham pensamentos idiotas sobre como seria minha vida se tudo fosse diferente. Se, em vez de ser músico, eu fosse engenheiro, advogado, professor etc.. Se, em vez de me sacrificar tanto por um ideal, eu me contentasse com um salário, um apartamento e um carro, por exemplo. Tudo isso acabou a partir do momento em que parei de dar vazão a esses devaneios e decidi focar naquilo que é meu, naquilo que tenho agora. Parei com “eu poderia ser...” e comecei a pensar em “eu sou...”. Parei de viver no futuro do pretérito e passei a viver no presente. Descobri, após uma longa auto-análise, que a música é, sempre foi e eternamente será minha vida, independente do que aconteça. E isso me fez manter a cabeça no lugar e os dedos nas teclas.
Ah, outra coisa: esse ano adquiri muito equipamento, dentre novos instrumentos e outros, para meu home studio. Teve um lado negativo que foi eu ter me afundado em contas a pagar, mas ao menos consegui o que eu queria - tudo isso sem qualquer consulta a ninguém. Fiz por conta própria, assumindo todas as responsabilidades. O nome disso é independência. Quanto às contas? Estão sendo pagas, aos poucos - acredito que tudo estará resolvido até o final de 2019.
Resumindo: como coisas tão simples, como uma mudança de hábitos alimentares, a maior prática de exercícios e o foco total no presente podem mudar vidas, não é? Isso tanto no lado pessoal quanto no profissional. Antes de 2018, eu era um. De 2018 em diante, me tornei outro, totalmente diferente. E a tendência é que 2019 seja ainda melhor...
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